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Uma Galeria de Arte Virtual com obras que estejam de alguma forma relacionadas à temática da PAZ. Abrimos a exposição com a imagem oficial do 13º Festival de Inverno - GUERNICA, de Pablo Picasso - e outras três obras escolhidas e comentadas pelo professor e artista plástico Geraldo Leão, do DEARTES/UFPR. Você também pode participar enviando suas imagens e textos para o endereço artepelapaz@ufpr.br


Galeria dos Grandes Criminosos de Estado
Da vasta galeria de ditadores e democratas criminosos que a história nos abre as portas, escolhemos para ícone desta primeira exposição de "Poplítical art" seis mentes doentes que, quando à cabeça de seus governos, deram uma conduta essencialmente militar às suas políticas, arrastando ao inferno os povos sob seus cetros. Mitificação religiosa do Estado ou da raça, com arte tecnoligia e propaganda fizeram o século do humanismo científico experimentar a barbárie sangrenta do mundo primitivo. Reproduzimos em prelo tipográfico a efígie de cada patriarca da religião de Estado, o que, por colagem, resultou em irônicos e divertidos modelos de papéis de parede. Seis ícones da sociedade de consumo de armas de guerra. A exposição é decorrente de uma experiência ultra pop na era da reprodutividade técnica da violência e é dedicada à memória da filósofa alemã Hannah Arendt, que tanto pensou a condição do homem moderno. Exposição de Marcelo Weber.


MUSSOLINI

STALIN

MAO TSE TUNG

ADOLF HITLER

RICHARD NIXON

GORGE W. BUSH

GEN. ARIEL SHARON

GEN. FRANCO

GEN. MÉDICI

GEN. PINOCHET
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Transfiguração, Rafael Sanzio
Uma imagem reveladora de uma rígida estruturação social. A cena é claramente feita para ser contemplada como um espetáculo a que só temos acesso à parte inferior, através da diagonal entre a perna do homem à esquerda e a da moça ajoelhada mais à direita. O retângulo áureo é dividido em duas partes das quais a inferior, quadrada, onde a cor predominante é o marrom terreno e em que a composição é tortuosa e dramaticamente confusa, a figura serpentinata que os escritores da época comparavam ao movimento das chamas. O contraste é forte com a parte superior, de cor predominantemente azul celeste, onde as figuras são dispostas harmoniosamente segundo as formas geométricas básicas: o círculo formado pelas nuvens e que envolvendo as figuras apóia-se nas cabeças das duas figuras centrais da parte inferior. Um triângulo está inscrito neste círculo com o vértice na cabeça do Cristo, os lados desse triângulo são traçados pelas inclinações dos apóstolos ao seu lado e a base é o patamar que separa o céu e a terra na cena pintada.

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Composição com amarelo, Mondrian - 1930.
Para o crítico franco-argelino Yve-Alain Bois, a pesquisa pictórica de Mondrian não estava baseada apenas numa metafísica desvinculada da realidade concreta do mundo. Segundo ele, o objetivo do artista seria o de preparar "advento da sociedade sem classes, onde as relações sociais seriam transparentes e não reificadas, e onde não haveria diferenças entre artistas e não artistas, entre arte e vida. A nova arte deve ser, em si mesma, o modelo e augúrio de tal libertação: Essa libertação futura, ou estado socialista, é divisado através dos princípios do neo-plasticismo, da qual a arte neo-plástica pode somente ser um 'pálido reflexo', embora o mais avançado possível a esse tempo" ( Bois: 1998, p.239) Mas como podemos ver, nem sempre as boas intenções coincidem com sua realização. Esta pintura é concebida, segundo o pintor, através dos princípios da Teosofia, que pregava que o mundo seria engendrado a partir dos dois princípios básicos universais, simbolizados pelas linhas horizontais - o princípio feminino e as verticais - o masculino. Se lembrarmos que a idéia da associação das formas e princípios: vertical e ativo, igual a masculino, e horizontal e passivo igualados ao feminino, possui fortes concepções de qualidade ligadas aos gêneros, vemos concepções contraditórias presentes em sua obra. Do mesmo modo. O artista restringiu sua paleta às cores básicas e, neste caso, o amarelo é o escolhido. Ora, a cor tradicionalmente foi entendida como imune ao controle pela razão, sendo mais intuitiva do que lógica e por isto, foi historicamente considerada feminina em oposição ao desenho, que por ser "racionalmente aferível" tinha qualidades "claramente" masculinas. Assim, vemos que a obra de Mondrian pode ser vista como possuindo qualidades - declaradas pelo artista - de uma vontade de transformação social e, ao mesmo tempo, de um modo provavelmente inconsciente - reproduzindo mecanismos tradicionalmente ligados às estratégias de dominação entre os gêneros.

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Catedral, Jackson Pollock - 1947.
No final dos anos de 1940, o crítico americano Clement Greenberg investe contra a 'falsidade' do espaço virtual na representação tradicional produzindo uma teoria crítica que busca encarnar os conceitos de igualdade social e o reconhecimento das qualidades materiais das práticas artísticas. Para ele, a culminação de suas idéias é o processo desenvolvido por Jackson Pollock, chamado de "all-over". Este punha em questão a virtualidade do espaço pictórico renascentista e a utilização da pintura para fins de mera sugestão de um espaço e tempo inexistentes na realidade concreta da obra. Esse processo pictórico permite que a imagem resultante seja o produto da pura ação de pintar, liberta da submissão pela representação de qualquer instância exterior, princípio pré-dado ou de alguma virtualidade - mesmo que inconsciente e que ao mesmo tempo seja o resultado das características materiais da tinta. Esta se ajusta pela ação da gravidade ao tecido na horizontal, espalhando-se igualmente por toda a superfície da tela numa distribuição que elimina, pela primeira vez na história da pintura, qualquer possibilidade de hierarquização dos seus elementos constitutivos. Citando Greenberg num ensaio de 1948: "O 'all-over' talvez responda ao sentimento de que todas as distinções hierárquicas foram, literalmente, exauridas e invalidadas; de que nenhuma área ou ordem de experiência é intrinsecamente superior, em qualquer escala final de valores, a qualquer outra área ou ordem de experiência".1

1 Greenberg, Clement. Arte e cultura. Ensaios críticos. Ática: São Paulo, 1996, p.167.

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PELA PAZ

Manifesto Cátedra Cultura e Paz

A cátedra UNESCO CULTURA DA PAZ, coordenada pela Associação Universidades do Grupo Montevidéu - AUGM, reafirma sua profunda vocação e preocupação com o destino dos povos do mundo, razão pela qual expressa e reitera sua condenação a toda violação aos direitos humanos, denunciando a persistente política de avassalamento e tomada de decisões unilaterais que comprometem a paz mundial.

A AUGM reitera sua adesão aos princípios pacifistas que inspiram a Carta das Nações Unidas e, como expressa a Declaração de Curitiba, considera que a cultura da paz é também uma responsabilidade acadêmica, razão pela qual convoca as universidades membros a gerar espaços dirigidos ao interior de suas instituições (cátedras, seminários, mesas redondas) onde se incorpore a problemática que compromete o Oriente Médio e a todos os países do mundo, unindo-se num protesto exigente para trabalhar pela paz. Isto supõe o compromisso coletivo de opor-se energicamente ao ilegítimo uso da força e pronunciar-se pela defesa da sacralidade da vida humana.
Pelo que foi afirmado acima, o Comitê Coordenador da Cátedra Cultura da Paz convida a todos a se somar ao seguinte chamado:

As sociedades, inicialmente expectadoras e surpreendidas, agora se organizam diante da violência do enorme cataclismo humano anunciado. O conflito emerge conjunturalmente entre as tensões geradas pelas múltiplas fraturas do sistema dominante e as confrontações, que na urgência de consolida-las, são provocadas no planeta por uma reducionista e antagônica leitura da realidade.

Mas existem razões mais profundas. As distâncias entre as esperanças e possibilidades de alcançar o desenvolvimento através do conhecimento se ampliaram no mundo nos últimos cinqüenta anos. Este abismo compromete a sobrevivência das sociedades e gera fortes tensões nas populações dos países, que enxergam limitado o seu acesso à sociedade do conhecimento e a sua aplicação produtiva ou social.
Estas fraturas diluíram progressivamente nas sociedades planetárias a noção de progresso e facilitaram o surgimento de leituras fundamentalistas da realidade, que dividem de modo reduzido e simplista o mundo entre o bem e o mal, sem levar em consideração a pluralidade analítica e a complexidade dos processos interativos das sociedades entre si e com a natureza.

A mudança a que assistimos não é somente uma declaração de guerra entre Estados produzida por um conflito de interesses; não tem como único objetivo apropriar-se das reservas de combustíveis fósseis de uma região. É uma profunda transformação no método de organização do planeta, na concepção de mundo, nas regras que até agora fizeram possível a convivência entre as nações. A noção de intervenção preventiva não só divide a comunidade internacional de nações, mas também abre caminho ao monopólio da força e da razão, à negação da pluralidade conceitual, ao totalitarismo.

A opinião pública ainda não manifestou sua última palavra. Por essa razão a Cátedra AUGM/UNESCO de Cultura de Paz, comprometida com a defesa dos princípios que fazem possível a sobrevivência entre os povos, faz um chamado à mobilização das consciências da região e do mundo para consolidar os fundamentos da paz, a única garantia para a construção do desenvolvimento das nações e para a compreensão dos equilíbrios necessários para a sobrevivência do planeta. Porque entende que a paz não é um simples armistício ou um voto numa instância internacional, senão um trabalho cotidiano em benefício da justiça, da eqüidade, do direito dos povos à educação, à saúde, à alimentação, à diversidade do pensamento e das culturas, aos benefícios gerados pela sociedade do conhecimento. E também o direito a opor-se à barbárie da guerra.

COMITÊ COORDENADOR DA CÁTEDRA 'CULTURA DA PAZ'

Fernando Lema
Karina Batthyány
Acácia Zeneida Kuenzer
Maria Angélica Marcó

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