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Coordenadora da Assessoria de Comunicação:
Patrícia Favorito Dorfman / ASCON-UFPR
Equipe:
Lais Murakami, Marcia Luz, Silvia Okamura, Simone Meirelles,
Sônia Maria Loyola, Andressa Lewandowski
(estagiária) Rodrigoh Domingues Bueno (estagiário)
Fotografia: Marcio Scatrut
DESTAQUE - Curitiba 25/07/2003

"Enquanto formos capazes de abrir um livro, parar diante de uma obra de arte, rir e chorar em frente a um palco, não separar a arte da paz, não permitir à alma a tentação de ser pequena... Nós venceremos!" *

Todos os personagens desse Festival de cultura e paz aprenderam e ensinaram uma importante lição: fazer da cultura uma estratégia de sobrevivência do bem. A cultura é um valor essencial para a sociedade. É um elemento aglutinador, um verdadeiro cimento na construção da cidadania. E foi na diversidade de espetáculos e de públicos que se descobriu a riqueza do trabalho de cada um dos artistas, ministrantes e participantes das equipes que viabilizaram esse momento. "Aplaudir o talento, abrir as janelas do espírito, e deixar entrar o sopro do novo, reconhecendo no ato da criação e na emoção da descoberta o sentido de herdar e legar a existência."

* (trechos do texto Cultura e Paz, criado pelo escritor e publicitário Evandro Barreto para a abertura do 13º Festival de Inverno da UFPR)

Talvez o tema cultura e paz não seja o principal elemento norteador do próximo Festival, mas sempre estará implícito em todas as ações relativas ao evento. E essas ações não devem se restringir a uma única - e inesquecível - semana do mês de julho, mas se desdobrar em resultados duradouros junto às comunidades de Antonina e da UFPR. Desde a 12ª edição, a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura elegeu a durabilidade do Festival de Inverno como prioridade. Afinal, trata-se de um projeto de extensão, que deve transcender o caráter de evento cultural. Desenvolver projetos de extensão relativos ao Festival durante o ano todo não é tarefa fácil, pois depende de inúmeros fatores, como o engajamento dos setores e departamentos, a disponibilidade de equipes de trabalho, verba, envolvimento e pesquisa, entre outros. Também não se pode acreditar que o processo deslanche de um momento para outro, mas os primeiros passos já foram dados. Tanto a coordenação geral do Festival quanto os departamentos e ministrantes estão envolvidos com a idéia de dar continuidade às atividades que culminam no evento. No ano passado, foi implantada a avaliação do festival, coordenada pela antropóloga Dra. Sandra J. Stoll e a pedagoga Denise Grein dos Santos, com o objetivo de estudar o impacto do evento na população de Antonina e indicar os caminhos a serem seguidos para aperfeiçoá-lo enquanto projeto de extensão. Nesta 13a edição do Festival nova pesquisa foi realizada, cujo texto sistematizado e somado ao relatório da avaliação anterior servirão de base para debater e desenhar os rumos desse projeto. A partir daí, serão agendadas reuniões entre a Universidade, a Prefeitura de Antonina, entidades e pessoas envolvidas no trabalho.

O 13º Festival foi marcado pelo grande envolvimento entre ministrantes, equipes de apoio e participantes, incluindo os que residem em Antonina, e a produção das oficinas trouxe resultados positivos. Um dos ministrantes da oficina "Espaços do Não-Trabalho: Uma investigação do lazer em Antonina sob a ótica do patrimônio Cultural", o antropólogo e Dr. José Guilherme Cantor Magnani/USP, detecta a necessidade de visitar constantemente Antonina para dar continuidade à pesquisa acerca do espaço urbano, seus moradores e suas práticas culturais; e criar vínculos de retorno mútuo. "A cidade tem a escala ideal para oferecer condições à pesquisa de vários setores da universidade, e a população é muito receptiva a esse contato", explica. Por outro lado, Magnani complementa que "pesquisa e extensão são atividades que podem e devem caminhar juntas porque nessa relação reside o propósito da Universidade eleger a cidade de Antonina como um laboratório viável para suas atividades e ações". Contudo, o pesquisador alerta: "a justificativa para a UFPR permanecer trabalhando sobre essa região e comunidade deve resultar em ganhos tanto para a comunidade científica quanto para os residentes, deixando claro o papel de cada sujeito". Ou seja, a Universidade jamais deve substituir ou assumir as obrigações que o Estado e a comunidade local devem por si realizar.

O artista gráfico Gerson Guerra, que ministrou a oficina Arte, Alegria e Cidadania, também manifesta o desejo de dar seguimento ao trabalho iniciado no festival. A sua oficina foi direcionada aos idosos, a grande maioria de Antonina, e obteve resultados surpreendentes - tanto que os próprios alunos solicitaram que o trabalho continuasse após o encerramento do festival. Segundo o coordenador de cultura da UFPR, Paulo Chiesa, Antonina já incorporou o festival como um evento da cidade. Ele acredita na necessidade de estabelecer um plano de pesquisa continuado, em conjunto com várias áreas da universidade, e estabelecer a realização de exercícios acadêmicos que resultem em benefícios para a comunidade e aprendizado para os alunos da UFPR. "Existem múltiplas possibilidades de desenvolver trabalhos interdisciplinares, que aliem literatura e sociologia, história e antropologia, veterinária e fotografia, só para citar alguns exemplos", comenta Chiesa.


MAPA DA OFICINA ESPAÇOS DO NÃO-TRABALHO

VALEU A PENA
Depois de fazer é só mostrar! O programa de encerramento começou cedinho, na manhã do sábado, dia 19, no Teatro Municipal. As apresentações dos resultados das oficinas iniciaram com as crianças, cantando, representando, tocando e dançando, o produto de uma semana intensa de muito trabalho nas várias oficinas infantis. O repertório abraçou de tudo, desde teatro, à fabricação de sons, das oficinas "Teatro com Crianças"; "O jovem descobre-se com a dança" e "Folclore". Contagiando o púbico, a percussão foi mostrada pela "Influência dos Ritmos Afrocaribenhos na Música Popular Contemporânea", regida pelo sociólogo e músico panamenho, Rogelio Reyter Vogel. Na continuidade, as variações de ritmos da "Viola Caipira" e da "Fábrica de Sons". Ainda no palco, a compreensão da linguagem artística dos cabarés americanos e europeus, além dos exercícios de interpretação praticados pelo narrador na crônica "Romântica" de Nelson Rodrigues, resultado das oficinas "O Cabaré enquanto Linguagem", ministrada pelos atores Lucas Francisco Scalco e Anderson Antoniacomi e "O Ator Narrador", ministrada pela atriz Nara Keiserman.

Na saída do teatro, o público foi recepcionado pela contagiante animação das turmas de Street Dance. Mais de 100 jovens e crianças, comandados pela professora Josiane Carvalho, fizeram todo mundo balançar. Desde a manhã até à tarde, uma grande exposição de artes plásticas na escola Rocha Pombo, na Liga e na Estação Ferroviária de Antonina apresentaram os resultados da criatividade de adultos e crianças.

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E A FESTA ACABOU...

Com muita música! Milhares de pessoas lotaram a rua em frente ao palco principal para se despedir do Festival de Inverno ao som de Oswaldo Montenegro. O show foi emocionante, e mesclou composições inéditas com as músicas consagradas do compositor. A voz poderosa de Montenegro encheu ouvidos e corações e fez todo mundo cantar sucessos como Agonia, Condor, Bandolins e Léo e Bia, entre outros. A poesia rimou com nostalgia e alegria num espetáculo inesquecível. Depois do show de Oswaldo, foi a vez da banda Denorex 80 fechar a noite com chave de ouro. O impagável grupo, que está fazendo sucesso meteórico em Curitiba, se apresentou no Banana Cabaré devidamente sintonizado com o estilo brega dos anos 80 e fez o público dançar e cantar sem parar músicas como Você Não Soube me Amar, Menina Veneno, Amante Profissional, We Are The Champion e Material Girl. Ninguém queria que a farra acabasse: mesmo depois do fim do show, a animação continuou pelas ruas de Antonina até o dia raiar...

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ROTEIRO FANTÁSTICO

Quem participou do "Roteiro Fantástico" tem muito para contar do que viu e ouviu. São histórias de fantasmas, vampiros, lobisomens, mula-sem-cabeça, boi-tá-tá, dragões e sereias. Estes personagens estiveram presentes no festival, lembrados pelas lendas da região, ou pela literatura, como os vampiros, por exemplo, "passageiros" dos navios estrangeiros que atracavam no porto. Até o coreto da praça foi visitado pela cigana Bartira, a mais linda mulher da cidade. Sua companheira, uma égua branca de cabeça preta, foi a única testemunha de sua trágica morte no mar. Ressentido, o animal costuma passear pelas ruas da cidade à procura de sua fiel amiga. Nestas andanças, exibe apenas seu corpo negro, fato que a tornou conhecida como a "pampa-sem-cabeça". A Igreja de São Benedito, erguida pelos escravos negros, também serve de túmulo para estes incansáveis trabalhadores. E mais: um pescador infortunado contou como o canto da sereia atraía os barcos para o fundo do mar na Ponta da Pita; um lobisomem interrompeu a caravana na estrada e o profeta Agnaldo apareceu no cemitério para falar de seus milagres.

*Fonte: Caranguejo, publicação do Festival de Inverno da UFPR, nº 6, 19 de julho de 2003.


ELE NÃO TEM MEDO DE DESAFIOS

A palavra simpatia é a primeira coisa que vem na cabeça de quem conhece Ranieri Gonzalez. Sua pessoa irradia luz e sorrisos, e ninguém passa por ele sem receber um cumprimento agradável. No palco, sua personalidade se desvenda em talento e profundidade. Ao dar vida a ninguém menos que Van Gogh, Ranieri revela uma espantosa capacidade dramática, e faz a atmosfera do teatro ficar quase sólida com a densidade das emoções que transmite. O público se cala e pára de respirar, atento a cada gesto, cada expressão, a cada palavra proferida pelo ator. A peça Vermelho Sangue Amarelo Surdo lotou o Teatro Municipal de Antonina na apresentação realizada durante o Festival de Inverno, infelizmente encenada uma única vez e, por isso, transmitida ao público na rua através de um telão. A outra sessão teve de ser cancelada por problemas de saúde do ator, que enfrentou uma pneumonia recentemente.

Vermelho Sangue Amarelo Surdo revela, antes de mais nada, um ator maduro e experiente, capaz de enfrentar com maestria o desafio de encarnar o mito Van Gogh. Com uma consistente carreira desenvolvida no teatro e após ter estreado com sucesso na televisão, protagonizando um personagem na novela Esperança, da Rede Globo, Ranieri não se deslumbra com a fama. "A TV é capaz de transformar as pessoas em um produto, e isso assusta um pouco, mas ao mesmo tempo é muito bom", diz o ator, que gosta de ser abordado, de tratar bem o público, mas tem consciência da efemeridade do sucesso. Ele diz estar aberto a novos trabalhos na TV, mas enquanto não aparecem convites toca uma série de projetos. Ranieri fará um personagem em um filme de Jayme Monjardim, a ser rodado em setembro, e está preparando mais uma peça teatral em parceria com Rafael Camargo, inspirada na obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carrol.

Após o fim da novela, o ator voltou a morar em Curitiba, e comenta que a fama não facilitou o trabalho no teatro. "Ficou mais difícil trabalhar, as pessoas acham que só porque eu fiquei famoso vou cobrar uma fortuna para atuar, e têm medo de me chamar", reclama. "Quando um trabalho realmente interessa, eu sou capaz de fazer até sem ganhar nada, mas é claro que preciso sobreviver." Porém, ao invés de se intimidar com as dificuldades do mercado, Ranieri costuma superá-las com muita garra, e, desde sempre, trabalha intensamente para alcançar seus objetivos. Vive de ser ator, e conseguiu concretizar o espetáculo Vermelho Sangue sem patrocínio. "Reuni uma equipe competente, conseguimos alguns apoios de empresas e o resultado está ai", diz. Sucesso absoluto de público e crítica.

STREET DANCE

O sábado à tarde é dia de descanso? Para a ministrante Josiane Carvalho é dia de dançar na rua. As turmas de Street Dance se reuniram e apresentaram o resultado da oficina na frente do palco. As camisetas customizadas traziam mensagens de paz e alegria e muita cor foi misturada ao movimento das coreografias pop nacionais e internacionais. As oficinas de Josiane já têm história em Antonina, e há muitos festivais são as mais procuradas pelas crianças por juntar o aprendizado e a diversão.

ILUMINANDO A NOITE

A magia da luz encantou a noite de sexta. Os malabares desenhavam com o fogo, criando formas surpreendentes e mostrando o resultado obtido através da oficina de Construção de Malabares. Swinges e Claves foram usados em diferentes situações do Festival de Inverno, como nas apresentações do Circo, Palco Principal a acompanhando o Maracatu pelas ruas. Aliás essa relação entre Antonina e malabares vem de longe. As fotos dos antigos festivais sempre apresentam grupos criando suas danças com as luzes do malabares.

SEXTA-FEIRA QUENTE

A sexta-feira trouxe grandes momentos ao 13º. Festival. Algumas oficinas tiveram seu encerramento com apresentações, como a Ex-cola de Samba Unidos do Botão que, unindo-se com as oficinas de Máscaras com Materiais Alternativos e a Fábrica de Sons, organizaram um grandioso desfile pelas ruas cidade, com direito à carrinhos alegóricos, máscaras, fantasias e chapéus malucos, bateria e passos ensaiados. À noite, mais surpresas: o Rock'n Roll dos anos 50 e 60 agitou a todos que acompanhavam o palco principal. O espírito revolucionário dos fãs de James Dean foi muito bem recebido através das músicas do Rockabilly & Rock'n'roll Classics. O Banana Cabaré firma seu espaço intimista através do som, performances e solos do pessoal da Sinfonética Comunitária Flutuante.

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DESTAQUE - Antonina 16/07/2003

INVERNO COLORIDO
Durante a semana do Festival de Inverno passam pela cidade de Antonina cerca de 60 mil pessoas, a grande maioria estudantes universitários. Artistas plásticos, músicos, bonequeiros, atores e atrizes, dançarinos e performers completam o público eclético que transforma a cidade num grande palco. Alegria, liberdade e criação são as palavras de ordem durante o festival, e isso se reflete naturalmente na roupa que as pessoas vestem. Em primeiro lugar, vem o conforto necessário para enfrentar a maratona de oficinas e espetáculos que o Festival oferece. Assim, a dupla jeans e camiseta é o uniforme básico, e aparece em todas as versões possíveis - customizados, estampados, bordados, extra-largos, justíssimos, rasgados, remendados, respingados de tinta. Para enfrentar o frio no final da tarde, malhas e blusas de lã, quase sempre multicoloridas, passam o dia amarradas na cintura e aquecem à noite. Quem só levou malhas em cores básicas pode se atualizar com a moda do festival comprando as blusas de lã vendidas nas barraquinhas da praça central, feitas em tricô manual e misturando todas as cores do arco-íris em listras e estampas jacquard. São lindas! As jaquetas e casacões complementam a produção, em jeans, couro e camurça, muitas vezes forradas de pele, e nos pés, tênis e botas confortáveis são obrigatórios. No festival, só não vale roupa chique e salto alto, tailleurs, terninhos e minissaias são vistos quase como indumentária extraterrestre.
O Festival é a festa dos acessórios. Cachecóis tão charmosos quanto detonados são tão usados que tornaram-se símbolo da última edição do evento. Bandanas, chapéus e gorros diferentes enfeitam muitas cabeças, em diversos formatos e materiais. E, já que não dá para sair do modelão conforto, o jeito é abusar das bijuterias para assistir os shows noturnos em alto estilo: brincos, colares e pulseiras dão o toque final e personalidade ao modelito-balada.

CRIAÇÃO A MIL
Criatividade é a bagagem necessária para participar do festival. Não ocupa espaço e pode ser instalada em qualquer oficina. Os acessórios, o pessoal vai encontrando pelo caminho. É só passear pelos mundos da arte, da dança, da música, das cores, uma verdadeira aventura que transforma a cidade num imenso palco de cultura. Confira o que está acontecendo.

Estimular a criação de cenários para o teatro, é a proposta da oficina de "Cenografia Teatral", ministrada pelo professor Martingil, cenógrafo premiado. Com base no texto de René de Obaldia - "O Defunto" - os alunos estão tendo a oportunidade de reproduzir uma idéia de cenário em forma de maquete. Para isso, os materiais utilizados variam desde caixas de papelão, tinta, cartolina, isopor e sucata em geral. ''O resultado é surpreendente'', afirma o professor , explicando que cada um dos participantes absorve o tema usando a imaginação.
Segundo Martingil, o texto enfoca sentimentos como solidão, angústia nos relacionamentos e a busca da felicidade. Assim, surgem as mais diferentes formas de interpretação: um palco inclinado onde são colocados objetos como uma vela, um relógio e argolas para representar as dificuldades que aprisionam os personagens da história, é a sugestão de Cláudio Tavares, estudante do segundo ano do curso de Dança, da Faculdade de Artes do Paraná.
Lançar um olhar sobre Antonina é um exercício para aqueles que pretendem aprender a elaborar um projeto fotográfico. E podem saber mais. Construir, desconstruir, ler e reinventar novas maneiras de ler e atestar a cidade. Tudo isto oferece a oficina "Ensaio Documental - Um Olhar sobre Antonina", ministrada pela fotógrafa e jornalista Milla Jung. Outra experiência é pintar retratos sobre telas de plástico transparentes, inventar chapéus, utilizando garrafas como suporte, além de cartolina e jornal para dar forma. Desenhar estampas para cortinas constitui mais uma das atividades desenvolvidas na oficina "Além do Lápis e Papel para Desenhar, ministrada pela aluna do curso de Educação Artística da UFPR, Iara Cristina Perini. Mas a aventura ainda continua, vestindo as noites com as peças de teatro, os recitais, espetáculos no palco principal e a tradicional "canja" do Banana Cabaré.

OFICINOVAS

FABRICANDO SONS
As latas penduradas na porta já dão uma mostra da oficina "Fábrica de Sons". Trata-se de uma divertida descoberta da sonoridade de materiais nada convencionais. Tubos de PVC, cordões e o próprio corpo fazem com que ruídos entrem em harmonia e formem melodias interessantes. Reunindo as qualidades de coreografia, interpretação e artes plásticas, os ministrantes Pedro Solak e Eliane Campelli tem formação e experiência necessária para envolver a turma infantil e adulta, valorizando elementos do folclore para a composição e interpretação dos elementos da linguagem musical.



FOLCLORE
De forma simples e acessível, as lendas e mitos do Paraná fomentam a valorização da identidade cultural em todas as idades. O teatro, dança e pintura são alguns dos elementos utilizados pelas ministrantes da oficina "Folclore, Cantigas de Roda e Jogos Teatrais". O processo inicia com a leitura de uma lenda, algumas trazidas pelos próprios alunos. As discussões levam um estudo dos personagens e enfim uma peça, da qual os mesmos participam desde a escolha do cenário, iluminação e figurinos.

NOTAS ESPETACULARES

EM RITMO DE ANAUÊ
O tímido forró "pé de serra" enganou o público do palco principal. Pra quem pensava ouvir apenas forró a noite toda, a Banda Anauê apresentou grandes sucessos de reggae, pop, mpb e, claro, muito forró. A receptividade do público foi proporcional. As letras soavam fáceis e a interação aconteceu por apresentar músicas conhecidas do público através do rádio e da TV. De Pink Floyd a Falamansa, pessoas das mais diferentes idades suaram mesmo com a fina garoa que caía em Antonina. Ao final do show uma surpresa: o grupo de Maracatu Boizinho Faceiro subiu ao palco.



SURPRESA DO MARACATU
O Maracatu tem origem africana e incorporou no Brasil elementos indígenas e portugueses. A característica religiosa deixou de ser o ponto forte da dança, que hoje é mais sensual e profana. A dança é marcada tradicionalmente e exclusivamente por instrumentos de percussão e contém fortes traços místicos que fazem lembrar o Candomblé. O próprio significado da palavra designa "Dança - Bonita", com movimento forte, sensual e contagiante. Ninguém fica parado. De forma desordenada, a dança tomou as ruas históricas de Antonina. Os malabares foram incorporados na apresentação do grupo Boizinho Faceiro, conhecido pelo público de Curitiba por fazer uma prévia do Carnaval nas ruas do Largo da Ordem. A receptividade foi tanta que o Boizinho Faceiro teve de continuar sua apresentação no Banana Cabaré, com uma grande brincadeira de roda. Dividindo o palco, o grupo Baque Solto seguiu a noite provando que o forró e samba rock não saíram de moda. As letras do grupo curitibano apresentam características da cidade, contrariando quem acredita que sulistas não sabem fazer um ótimo forró.


AGENDA DE AMANHÃ

AGENDA DE AMANHÃ - DIA 19 DE JULHO (SÁBADO)
Última chance de curtir o Festival!

Às 09h00, no Theatro Municipal, o fantástico resultado das oficinas
Às 17h00, no Circo, o espetáculo de encerramento do Circo Às 18h30, Theatro Municipal, tem "vida caiçara"
Às 20h00, na Igreja, o Le Baroque Brexó se apresenta
N no Palco Principal, às 22h00, Oswaldo Montenegro o grand finale fica por conta da imperdível banda
Denorex 80, no Banana Cabaré

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DESTAQUE - Antonina 16/07/2003

CRIAR, RECRIAR, BRINQUEDO PARA OUVIR E CANTAR
''... Como pode um peixe vivo viver fora d'água fria, como poderei viver, como poderei viver, sem a tua, sem a tua, sem a tua companhia..." Cantando este refrão popular, os alunos da APAE de Antonina caracterizam bem a essência de um trabalho de integração e inclusão através da musicalização. Esta atividade está acontecendo na oficina "Criar, Recriar, Brinquedo para Ouvir e Cantar", ministrada pelo musicoterapeuta Nélio Eduardo Spréa.
Assim como o peixe, que não pode viver excluído, os portadores de necessidades especiais precisam do apoio da comunidade e dos familiares para desenvolverem aptidões e talentos, além aprender a trocar e tocar uma relação mais estreita com as pessoas e o ambiente onde vivem. Uma das respostas obtidas, conta Nélio, é o entrosamento entre as crianças e as mães que participam da oficina no período da tarde. A proximidade entre os participantes é trabalhada através de brincadeiras, jogos e cantigas de roda, que procuram estimular também o contato físico, como expressão de afetividade. Num segundo momento, é tratado o distanciamento: as mães se retiram deixando as crianças interagindo apenas com o professor. "Esta é uma das maiores dificuldades encontradas quando se trabalha com crianças totalmente dependentes, como ocorre na oficina", explica Nélio. O importante é que esta separação momentânea aconteça sem traumas, e seja aproveitada como forma do aluno desenvolver ações independentes e voltadas à socialização, complementa. Neste sentido, as brincadeiras são instrumentos de grande efeito, pois através delas o profissional pode perceber novas modalidades de comportamento que indicam sempre um caminho para direcionar esta ou aquela criança especial.

TERRA SONORA: VOLTA AO MUNDO MUSICAL
O grupo Terra Sonora foi fundado em 1994 por Plínio Silva, e desenvolve um amplo trabalho de levantamento, transcrição e arranjos de temas tradicionais, vocais e instrumentais de todos os continentes. Entre as músicas pesquisadas pelo grupo, há composições recentes e antigas - algumas de mais de mil anos - a maioria de domínio público, que fazem parte da tradição e do folclore de cada país. Mongólia, Grécia, Tailândia Gabão, Nova Guiné, Cuba, Taiti, Brasil. Segundo a vocalista Liane Guariente, não falta muito para o Terra Sonora agregar músicas oriundas de todo o globo terrestre em seu repertório. Depois da escolha do tema, faz-se a adaptação aos instrumentos e à fonética. "As vezes, lidamos com músicas cantadas em línguas mortas", explica Liane, que é responsável pela tradução fonética. O Terra Sonora segue uma tendência mundial que junta a música medieval com temas tradicionais e folclóricos, mas que nada tem a ver new age. O resultados são músicas completamente diferentes umas das outras, executadas pelos inúmeros instrumentos que o grupo utiliza - desde flauta transversal, contrabaixo e clarinete até harmônio indiano e Krum-horn. Algumas das músicas apresentadas no show do Festival são inéditas, e farão parte do terceiro CD do grupo, que está em fase de escolha do repertório e deverá ser lançado em breve. O Terra sonora é formado pelos músicos Liane Guariente (voz), Rogério Gulin (viola caipira e violão), Adriano Mottin (concertinas, flautas-doce e percussão), Luciano Vassão (percussão), Giampiero Pilatti (flautas transversais) e Plínio Silva (harmônio, flautas-doce, Krum-horn e direção geral).

OFICINOVAS

RECREAÇÃO E LAZER DE CARA NOVA
Até o dia 16, a estrutura da Praça de Recreação esteve instalada na Escola Estadual Maria Cleuza Arminda, no Batel. A partir do dia 17, vai para a Escola de Samba Ponta da Pita e Associação de Moradores da Ponta da Pita. De acordo com Astrid Becker Ávila, coordenadora de Recreação e Lazer, a Praça atende crianças e jovens da periferia, facilitando a sua participação no Festival. "O objetivo é oferecer práticas corporais diferentes para quem tem dificuldade de acesso, seja por questões de poder aquisitivo ou pela distância", completa Astrid. O horário de funcionamento da Praça é das 14h00 às 17h30, com atividades de engajamento espontâneo e oficinas com turmas pré-estabelecidas. Entre as atividades estão arte circense (malabares e acrobacias), cama elástica, brinquedoteca, dança folclórica, capoeira, rpg, jogos cooperativos, máscara e fantoche,jogos e brincadeiras populares. A equipe é formada por 13 pessoas, sendo dez monitores e três coordenadores. Para Astrid, a Praça pretende criar vínculos mais sólidos com a comunidade antoninense, privilegiando a periferia e as comunidades mais carentes. "Através dessas atividades, conseguimos resgatar práticas corporais na comunidade, bem como iniciar novas possibilidades de movimento. Pretendemos que esse seja o início de um trabalho que continue durante o ano todo através de projetos de extensão", conclui.

NEM MÚSICA NEM TEATRO
O Cabaré tem linguagem própria e digna de estudo. A oficina O Cabaré Enquanto Linguagem, Aline Gruba, a oficina discute principalmente o espaço pouco valorizado do Cabaré e as formas com que a música e o teatro formam um espetáculo com muita cor, movimento interatividade. As impressões do Cabaré Europeu são discutidas e comparadas, como a flexibilidade dos personagens e figurinos, característica marcante da Linguagem do Cabaré. Ao final da oficina será apresentado um espetáculo com o resultado de ensaios e dinâmicas desenvolvidas pelo grupo.

NOTAS ESPETACULARES

GUITARRAS FURIOSAS
Mais uma noite chuvosa em Antonina... Porém, o clima não desanimou os fãs de rock pesado, que compareceram em peso ao show de heavy metal do grupo Primal. Formado no começo da década de 90, o Primal tem um trabalho bastante conceitual e é considerado um dos grupos mais autênticos do gênero em Curitiba. Guitarras furiosas e letras repletas de simbologia marcam o repertório do grupo, que só toca composições próprias - apesar dos apelos do público, que pedia músicas de Black Sabbath e Metallica. Mesmo assim, o show literalmente abalou a cidade.

MÚSICAS DO BRASIL
O Cabaré foi o lugar perfeito para a apresentação da Banda Kathmandu. O espaço intimista e a animação da vocalista Ângela Rocha acordaram o público de Antonina com o melhor da MPB. De Elis Regina a Cássia Eller, os grandes intérpretes brasileiros foram responsáveis pela lotação do espaço do Cabaré. Com ótimo repertório, a Banda Kathmandu emocionou com sucessos românticos e muito dançantes.

AGENDA DE AMANHÃ

AGENDA DE AMANHÃ - SEXTA-FEIRA, DIA 18
A Festa está chegando ao fim, e continua imperdível. na sexta-feira tem:

às 12h30, Hamlet com o Teatro de Sombras, no Theatro Municipal Vermelho Sangue Amarelo Surdo, com Ranieri Gonzalez,
às 18h30 e 21h00, no Theatro Municipal Na Igreja,
às 20h00, tem Sudamérica
às 22h00, no Palco Principal, Rockabilly Rock´n Roll Classics
o Banana Cabaré apresenta Sinfonética Comunitária Flutuante às 24h00

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DESTAQUE - Antonina 15/07/2003
OFICINOVAS

TEATRO DE SOMBRAS
O objetivo da oficina Teatro de Sombras é a busca de caminhos para representação em cena, que consiste na manipulação de objetos entre uma iluminação de fundo e a tela. Munidos de ferramentas como lápis e papel, estilete, tesoura e alicate, os participantes já elaboraram dois roteiros, o primeiro utilizando partes das cenas da obra "Guernica", de Pablo Picasso, e o segundo reúne elementos para contar a história do "Vagabundo e a Fada". A etapa final será de experiências, na tentativa de ajustar as imagens à trilha sonora, resultando numa performance parcial dos temas. O teatro de sombras é uma arte de animação, que se utiliza de recursos audiovisuais e é dirigida a crianças e adultos. As apresentações podem remeter a assuntos concretos, como os relacionados ao meio ambiente, por exemplo, e também, estimular a imaginação, como os contos infantis. "O importante é descobrir o recurso", informa Marcello, que nesta sexta-feira, dia 18, apresentará Hamlet, de Shakespeare, no Teatro Municipal, às 2h30min.

ARTE, ALEGRIA E CIDADANIA
Os primeiros minutos da oficina foram um espetáculo à parte num evento em que os espetáculos, de tantos, tornam-se quase rotina em Antonina. Fantasiados de clowns, os ministrantes inundaram de riso e alegria o espaço do Patronato do Idoso de Antonina PIA) e o coração dos participantes. De acordo com a coordenação do Festival, o evento já vinha tentando trabalhar com idosos sem obter grande retorno da comunidade. A partir da criação de atividades da PIA, os próprios participantes solicitaram a participação no Festival, pois até então os idosos não admitiam fazer parte da terceira idade. Segundo Regina Guerra, alguns idosos "envelhecem" por falta de atividades dirigidas a eles e também pela falta de preparo da sociedade para enfrentar este período da vida. "Algumas pessoas excluem os idosos de certas atividades achando que eles não têm interesse, mas na verdade o idoso possui a sabedoria de uma vivência que está amortecida", explica Regina. "Através da arte conseguimos resgatar essa bagagem tão valiosa". A oficina trabalha com artes plásticas, artesanato, música, dança, jogos teatrais, aquecimento e relaxamento, resgatando o sentimento de respeito e dignidade daqueles que passam por esta etapa. Dessa maneira, é possível criar uma política de envelhecimento consciente e saudável, criando condições de superação das barreiras sociais. A vice-presidente da PIA e idealizadora da instituição, Fátima Pereira Maurício, conta que a entidade vive basicamente de doações e de eventos beneficentes. A PIA possui 97 idosos cadastrados de Antonina e região. Lá, eles desenvolvem com a ajuda de voluntários diversos trabalhos como coral, musicoterapia e alfabetização.


NOTAS ESPETACULARES

DE MISSÃO IMPOSSÍVEL A GLENN MILLER
O espetáculo da Filarmônica Orquestra Show começou com a trilha sonora dos filmes de James Bond e Missão Impossível, engatou na música contagiante de Glenn Miller, enveredou pelos ritmos caribenhos, chorinho, pagode e rock´n roll. O show foi tão eclético quanto animado, e nem a chuva fina e constante tirou o pique do público, que dançou da primeira à última música. Não é à toa que a Filarmônica Antoninense é um dos grandes orgulhos da cidade.

ROMANTISMO TOMOU CONTA DO CABARÉ
Suspiros, olhares sonhadores e nostálgicos tomaram conta da platéia no Banana Cabaré. Eu Sei que Vou te Amar foi, sem dúvida, o espetáculo mais romântico do Festival. Vinícius de Moraes foi revivido em prosa e verso pelos músicos Daniel Faria, Éderson Renaud e Cláudio Silveira numa noite inesquecível. O grupo alternou declamações de poemas com a execução competentíssima das canções do poetinha e emocionou o público do primeiro ao último minuto.

AGENDA DE AMANHÃ
AGENDA DE AMANHÃ - QUINTA-FEIRA, DIA 17
O Festival segue em frente com sua programação imperdível.
A quinta-feira tem espetáculos para todos os gostos:

No Circo, às 12h30, é a vez do espetáculo A Viúva Alucinada tomar conta do picadeiro.
Às 18h30 e 21h00 tem Cartas de Desamor no Theatro Municipal.
O Quarteto Cabôco anima a igreja às 20h00.
No Palco Principal, Makoto entra em cena às 22h00.
Para finalizar, o ótimo Cabaré Los Bonecos dá show no Banana às 24h00.
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DESTAQUE - Antonina 14/07/2003

A CULTURA PRECISA MUDAR
O consenso geral entre os participantes da mesa-redonda A Cultura e as Novas Conjunturas de 2003 girou em torno da necessidade urgente de estabelecer novas práticas e novos sujeitos na cultura brasileira. "Existe uma séria ambigüidade política, que dá grande importância à cultura mas não destina recursos a ela", afirma Barros. De um lado, uma grande disputa pelo poder de gerir a cultura. De outro, a ausência da cultura nos orçamentos públicos. A parte que cabe ao Ministério da Cultura no orçamento federal é de apenas 0,2% - ao Paraná é destinado 0,3% da verba do MinC.

O Brasil apresenta um quadro sério de exclusão cultural. Segundo José Márcio Barros, apenas 7,2% dos municípios brasileiros possuem cinemas, que atingem cerca de 50% da população. Desses municípios 15% possuem museus, atingindo 54% da população. Das cidades, 13% tem teatros. Dos negros que ingressam na universidade, 2,5% conseguem diploma. No segmento editorial, os números não são mais animadores: há uma livraria para 84 mil habitantes no país. A população cresceu 15% dos anos 80 para cá, mas o volume de publicação de livros se mantém. Com relação à educação, existem 9% de analfabetos no País. Porém, do restante de 91% de alfabetizados, somente 28% consegue ler e interpretar os conteúdos.

Outro ponto abordado pela mesa redonda foi a notável incompetência em transformar a riqueza e a diversidade da cultura brasileira em riqueza material. "É preciso entender porque o Brasil continua a olhar a cultura como uma despesa, e não como uma ferramenta para diminuir o quadro de exclusão social", conclui Barros. Com relação ao poder de fomento, os participantes do debate concordaram com a necessidade de defender a permanência das Leis de Incentivo, apesar de todos os problemas que elas apresentam, como a excessiva concentração regional - por exemplo, 87% dos valores captáveis vão para o Sudeste do País. Uma reformulação nas leis tem de levar em conta a correção desse desequilíbrio, e também o mau uso das formas de captação, que é comum a ocorrência de irregularidades fiscais, com conseqüências negativas para a classe artística. Enfim, falta política cultural para dar mais efetividade às leis de incentivo. Barros ainda aponta que ninguém discute o dirigismo do marketing sobre a cultura, fazendo com que a realização de projetos culturais esteja sempre submetida ao retorno de visibilidade para o patrocinador. Outro ponto importante a considerar é a necessidade de realizar estudos constantes sobre a situação financeira da cultura, e buscar outras alternativas de obter investimento. "Por exemplo, a inclusão do IPTU na política de incentivo, possibilitando aos cidadãos colaborarem com a cultura", diz Barros.

Essas reflexões terão continuidade durante todo o Festival, com a oficina Cultura, Cidadania e Desenvolvimento, ministrada por José Marcio Barros.


OFICINOVAS

OFICINOVAS

ALEGRIA É PARA QUALQUER IDADE

Os primeiros minutos da oficina Arte, Alegria e Cidadania, direcionada à terceira idade, foram um espetáculo à parte num evento em que os espetáculos, de tantos, tornam-se quase rotina em Antonina. Os ministrantes Gerson e Regina Guerra, fantasiados de clowns, inundaram de riso e alegria o espaço da PIA e o coração dos participantes. O objetivo da oficina é trabalhar com artes plásticas, artesanato, música, dança e jogos teatrais.

CRIANÇA DANÇA, PINTA, E CONTA HISTÓRIAS
O QG do Festival virou uma festa no sábado com as inscrições infantis. Com quase todas as vagas preenchidas - cerca de 90% - as oficinas para crianças começaram em ritmo intenso. Com muita vontade de criar e aprender, os pequenos fazem arte sem parar - pintura, escultura, teatro, folclore e dança. Confira a farra da criançada no link Festival em Imagens.

NOTAS ESPETACULARES

MONUMENTO EM MOVIMENTO
A principal referência aos primeiros grupos humanos que habitaram a região de Antonina, datam de cerca de 2 mil anos atrás. Estes vestígios podem ser encontrados na Ilha do Corisco, situada na Baía de Guarapirocaba (atual Baía de Antonina), na forma de sambaquis, depósitos de conchas, que abrigam partes de utensílios e objetos que marcam a permanência desta população. Saber deste passado, resgatar a história da fundação da cidade, remeter um olhar crítico sobre seu patrimônio, lendas e curiosidades é a finalidade da oficina "Monumento em Movimento", ministrada pela professora Desiré de Oliveira, programadora cultural do Departamento de Artes. Por trás das fachadas das casas antigas, ruas e ladeiras estreitas, igrejas, fontes e da estação ferroviária, se esconde muito de uma bagagem rica de história, tradição, cultura e arte. O roteiro inicia na Igreja Matriz, considerada pelos historiadores o marco zero da cidade, local onde se reuniram os primeiros moradores, numa manifestação de devoção à Nossa Senhora do Pilar, em meados do século XVIII. Ao longo do percurso, a presença marcante dos estilos luso-brasileiro, eclético, romântico, industrial e contemporâneo, estão presentes nas construções do Teatro Municipal, Prefeitura, Estação Ferroviária, na casa de Caetano Munhoz da Rocha e nas moradias das famílias tradicionais do local. "A Interpretação do Patrimônio como Atrativo Turístico" é o tema de outra oficina ministrada pela professora Desiré, abordando conceitos básicos de turismo e os impactos socioculturais da atividade turística.

NOTAS ESPETACULARES

Ô, COISINHA TÃO BONITINHA...
Antonina mexeu as cadeiras até altas horas com o show do grupo Em Cima da Hora. Formado por músicos paranaenses, é considerado o melhor grupo de samba raiz e choro de Curitiba. No palco, Marcinho do Cavaco, Nábio Rodrigues (violão), Fabinho Hess (baixo), Paulinho Sabbag (teclados), Adriano (voz principal), Macarrão (percussão), Arthur (percussão), Maurício (bateria), Nenê (surdo). Produção de Letícia de Macedo Weinhardt. Depois do Em Cima, o Gypsy Acústico agitou o Banana Cabaré com o som de Rodrigo Vivas, ex-vocalista da Banda Gypsy Dream, Jordy kosis e Daniel Taccituti. Eles apresentaram uma releitura de clássicos da música nacional e internacional.

AGENDA DE AMANHÃ
VOCÊ AINDA NÃO VEIO AO FESTIVAL? ENTÃO, LÁ VÃO BONS MOTIVOS PARA VISITAR ANTONINA NESTA QUARTA-FEIRA:

" 12H30 TEM CIRCO: O TESOURO DO CIRCO REDONDO
" ÀS 18H30 E ÀS 21H00 NO THEATRO MUNICIPAL, O ESPETÁCULO QUEBRAS, PEÇAS E CABEÇAS
" CHORA VIOLA ÀS 20H00 NA IGREJA
" ÀS 22H00, A BANDA ANUÊ INVADE O PALCO PRINCIPAL
" NO BANANA, À MEIA-NOITE, BAQUE SOLTO COMANDA A FESTA
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DESTAQUE - Antonina 13/07/2003

E Tudo começou...

E mais uma vez a promessa do maior projeto de extensão da Universidade Federal do Paraná se concretiza com uma possibilidade de inovação: o desenvolvimento de um amplo programa de inclusão social, dirigido a professores e alunos das escolas da região, com atenção especial aos portadores de necessidades especiais que se encontram em situação de risco social e pessoal. A proposta pretende contemplar também às cooperativas populares; os artesãos e suas famílias e os desempregados, com a oferta de melhor capacitação profissional para inserção no mercado de trabalho. Assim, "semear para colher no futuro", é o objetivo do projeto, que segundo Paulo Chiesa, coordenador de cultura da UFPR, deverá prolongar-se ao longo do ano. Desta forma, surgem novas possibilidades de ensino e pesquisa para professores e estudantes universitários, estreitando os vínculos entre a universidade e o município, proporcionando maior intercâmbio de conhecimentos. O secretário de Comunicação e Cultura de Antonina, Alberto Melo Viana, concorda: "o importante é a criação de uma cultura do festival, direcionando olhares para o crescimento e o desenvolvimento econômico-social de Antonina". Segundo Anselmo Faria, assessor de comunicação da Petrobrás, é justamente o aspecto de durabilidade e retorno social que o Festival proporciona um dos principais motivos que leva a empresa patrocinar o evento. "O Festival de Inverno é um símbolo importante de compromisso com o Paraná, e a sua repercussão vai além de uma intensa programação de shows, ultrapassa o caráter de entretenimento", comenta Faria. Ele acrescenta que a Petrobrás dá prioridade de apoio a projetos que signifiquem o desenvolvimento de uma região, na área social e de educação.


UFPR 90 ANOS

A história dos 90 Anos da UFPR arrancou lágrimas da platéia com a interpretação emocionante de Lala Schneider. O espetáculo foi apresentado pelos grupos artísticos da UFPR: Coral, sob regência do maestro Álvaro Nadolny; Grupo de Percussão, sob regência de Paulo Demarchi; Grupo de Teatro Palavração, sob direção de Hugo Mengarelli; Téssera Companhia de Dança, sob direção de Rafael Pacheco, Grupo de MPB, sob regência de Doriane Rossi e Orquestra Filarmônica, sob a regência de Denise Mohr. Cenário de Paulo Chiesa. Direção Artística: Maurício Vogue. Direção Geral: César Sarti.


BANANA CABARÉ

Pra lá de animado. A primeira noite do Banana Cabaré, comandada pelo som múlti-inspirado da banda alagoense Xique Baratinho, deu uma prévia do clima que promete esquentar cada vez mais as madrugadas do Festival de Inverno. Valeu a pena os moços atravessarem o Brasil para abrir o novo espaço em Antonina. Os integrantes da banda também conquistaram o público pela simpatia.

SONHO CATIVANTE

A peça infantil Sonhos de Uma Noite de Verão, da Cia do Abração, teve as duas sessões lotadas no segundo dia do Festival. Com muita graça e competência, os atores encantaram crianças e adultos ao apresentar Shakespeare de maneira original e despretensiosa. Os personagens de Sonhos ganharam vida em forma de objetos - sapatos, um potinho de talco, uma gravata borboleta, uma bolsa - e protagonizaram a história com simplicidade e poesia.

AGENDA DE HOJE - SEGUNDA-FEIRA, DIA 14
Para espantar aquele clima de segunda-feira, o Festival tem programação anti-baixo astral.

Às 12h30, O Canto do Galo desperta todo mundo no Circo.
A peça infantil Flicts chama a criançada para se divertir às 18h30 e 21h00 no teatro Municipal.
Às 20h00, na Igreja, o som do Studium Musicae dá a largada na noite.
No palco Principal, às 22h00, tem Filarmônica orquestra Show.
E, para finalizar o começo da semana,
Eu Sei que Vou te Amar no Banana Cabaré às 24h00.
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MATÉRIAS ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 05 - 02/07/2003

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INSCREVA-SE AGORA
As inscrições para o 13º Festival de Inverno da UFPR abrem no dia 16 de junho e vão até 4 de julho de 2003, das 9h às 18h. Os interessados podem se habilitar aos cursos e oficinas em Curitiba, na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR - Coordenadoria de Cultura (Travessa Alfredo Bufrem, 140 - 3º andar), fone 41- 3310-2684. Em Antonina, basta dirigir-se ao Teatro Municipal (R. Carlos Gomes da Costa, s/nº, fone 41-432-4134. Das 985 vagas para adultos, 190 são isentas de taxa para professores, membros das APAES, de museus e da Orquestra Filarmônica Antoninense.

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FESTIVAL AQUECE ECONOMIA EM ANTONINA

Segundo a prefeita Munira Peluso, Antonina recebe mensalmente cerca de mil visitantes. Durante o Festival de Inverno, o número de pessoas que se hospedam na cidade durante uma semana deverá ser seis vezes maior. Além disso, há gente que não fica na cidade, mas se desloca para lá todos os dias para participar do evento. No total, a estimativa é que 60 mil pessoas visitem Antonina nesta edição. A prefeitura de Antonina estima que cada pessoa gasta cerca de R$ 30 por dia durante o Festival. Considerando apenas os que se hospedam na cidade, o valor gasto em uma semana será aproximadamente de R$ 840 mil. Tanto movimento requer maior número de funcionários nos estabelecimentos. Segundo a prefeitura, os 800 empregos que existem na área de turismo chegam a dobrar durante o evento.
COMÉRCIO SE PREPARA
Arrumar a casa para atender o "vai-e-vem" das pessoas já é a principal tarefa de Elisabete de Fátima Carraro, proprietária do restaurante Maré Alta. A casa costuma servir normalmente cerca de 20 mesas por dia, e durante o Festival esse número sobre para 70. Para este ano, conta, também serão servidas sopas, caldos quentes, vinho e caldeirada, ao som de música ao vivo. Elisabete, que também se dedica a outro segmento comercial, a casa de artesanato "Bepty's Presentes", pretende oferecer mais opções em sua loja, como roupas artesanais vindas do Nordeste. Para atender à mobilização do festival, que costuma aumentar as vendas em cerca de 50%, a proprietária pretende contratar oito funcionários extras. Residente há muito tempo em Antonina, a comerciante conta dos projetos do marido, o farmacêutico André Luis Picanço Carraro. Diz que além do trabalho na farmácia, ele está preparando uma estrutura para suprir as eventuais emergências e viabilizar a entrega de medicamentos a qualquer hora. Outro estabelecimento que triplica o movimento durante o Festival de Inverno é o tradicional restaurante Caçarola do Joca. Aberta há 21 anos, a casa tem bom movimento durante o ano todo, mas nenhuma época se compara à semana do evento. "É a festa mais bonita da cidade", revela o proprietário, Joca. Ter um bom retorno financeiro também é o objetivo de Ana Palma, proprietária da pousada Aldeia das Bromélias, localizada na Ponta da Pita e inaugurada em março deste ano, para o Carnaval. A segunda empreitada será o festival, diz Ana, esperando ter todos os cômodos ocupados por aproximadamente 70 hóspedes.
FONTES DE RENDA
Os negócios de família também prosperam, como o Hotel Capelista, por exemplo, ampliado com mais dois apartamentos e a contratação de alguns funcionários de suporte. A economia doméstica é igualmente ativa, quando as residências se transformam em pousadas; donas de casa entregam roupas lavadas e passadas, preparam refeições extras ou salgados e doces caseiros para serem vendidos nas barracas da praça. Os ambulantes ganham as ruas expondo bijuterias, artigos de utilidade, roupas, agasalhos e peças de artesanato típico. Assim, hotéis, restaurantes, lanchonetes e lojas geram empregos temporários e se transformam em alternativas de renda. "Na verdade, o evento traz para Antonina ganhos financeiros e culturais", garante a prefeita Munira Peluso. O conhecimento e a troca de experiências com públicos diversificados traz também a capacitação do pessoal envolvido nas áreas de hotelaria e comércio em geral, além de promover a intensificação e divulgação do turismo local. "A parceria entre a universidade e a cidade de Antonina deve resultar em projetos de desenvolvimento em longo prazo, direcionados a setores estratégicos como os de educação, saúde, cultura, administração e turismo", evidencia.

MAIS QUE UM CABARÉ

Os ministrantes da oficina "O Cabaré enquanto linguagem", Lucas Francisco Scalco e Anderson Antoniacomi falam sobre a sua proposta de trabalho em entrevista ao Últimas Notícias do Festival.

Últimas - Como será estruturada a oficina?
R - A oficina acontecerá inicialmente com palestras de esclarecimento sobre a linguagem cênico-musical que envolve o "Cabaré"; suas posturas artísticas e político-cultural e suas vertentes artísticas.
Últimas - O que as pessoas podem esperar?
R
- Uma abordagem generalizada do assunto, envolvendo técnicas de metalinguagem, construção de personagens e roteiro, caracterização e produção de pequeno porte.
Últimas - De que forma poderão aproveitar o que aprenderem?
R
- Exercitando as diversas técnicas e desenvolvendo a linguagem cabaretiana, a fim de pesquisar e descobrir as qualidades artísticas desse estilo. Também poderão buscar a formação de grupos interessados em produzir pequenos espetáculos de humor e crítica.
Últimas - Quem é o público alvo da oficina e que formação essas pessoas precisam ter?
R
- O público alvo inicia na faixa etária dos 15 anos de idade, para pessoas que já fizeram algum curso de teatro para iniciantes e/ou que tenha participado de alguma montagem amadora.
Últimas - Como nasceu essa oficina?
R
- A dupla Los Bonecos iniciou suas pesquisas nesse campo em meados de 1990 e só em 1993 é que surgiu o primeiro show cabaretiano após viagem à Europa. Ali, constatamos que esse estilo "do fazer teatral" observado em diversos países como França, Holanda, Alemanha e Inglaterra era adequado às nossas expectativas artísticas. Atualmente com o trabalho desenvolvendo-se há dez anos encontramos muitos jovens atores-cantores e mesmo artistas de outras gerações que sugerem e nos pedem oficinas ou cursos que orientem esses interessados a introduzir-se na carreira cabaretiana.

OS MINISTRANTES
Lucas Francisco Scalco (PR) e Anderson Antoniacomi (PR) integram a dupla Los Bonecos e têm desenvolvido pesquisa e montagem de espetáculos de cabaré nos últimos dez anos, entre eles: Cabaré Internacioná (1991), Gritos de Carnaval (1992), Cabaré Brasil (1995), Cabaré Ano 2000 (1999) e La Risata Finale (2003). Também participou do Comboio Cultural, no tour realizado durante 2001 por 22 cidades do Paraná.

Oficinovas

MAIS QUE UM CABARÉ

Quem quiser aprender mais sobre aspectos cênicos e musicais dos teatros de cabaré pode participar da oficina “O Cabaré Enquanto Linguagem’. Destinada a maiores de 15 anos, a oficina propõe a compreensão da linguagem artística dos cabarés, a partir da investigação das formas desse modelo teatral existentes em países da América e da Europa. São ofertadas 20 vagas, no horário das 14h às 18h. Os ministrantes da oficina, Lucas Francisco Scalco (PR) e Anderson Antoniacomi (PR), integram a dupla Los Bonecos e já montaram diversos espetáculos de cabaré. Clique para ler entrevista com os ministrantes.

Oficinovas

CRIANDO COM A DANÇA

Usar a dança para desenvolver a criatividade, a auto-estima e o conhecimento do próprio corpo. Com essa proposta, a educadora Janaína Brun Ançay (PR) pretende reunir crianças de 5 a 10 anos na oficina “A criança criando com a dança”. Em duas turmas separadas por faixa etária, ela vai trabalhar as relações entre movimento, espaço, tempo e ritmo, com base em jogos de improvisação. As aulas serão das 9h às 10h30min e das 10h30min às 12h, na Unilivre. Janaína é formada em Dança, Licenciatura e Bacharelado pela FAP/PR, e também pelo Curso Permanente de Dança Moderna/UFPR. Estagiou por dois anos no Instituto Paranaense de Cegos, na área de Dança Criativa, e atualmente leciona em diversas instituições de Educação Infantil em Curitiba.
Notas Espetaculares

XIQUE BARATINHO

O Banana Cabaret, novo espaço de shows do Festival de Inverno, apresenta à meia-noite do dia 12, o espetáculo da banda Xique Baratinho, uma mistura ousada de funk, blues, coco de embolada e o tradicional rock dos anos 70. Diretamente de Maceió (AL), a música é inspirada principalmente na embolada, no trava-língua: os duelos de literários populares que competiam nas feiras livres. A banda é composta por Aldo Gonzaga (guitarra); Tárcio Bezerra (bateria), Lelo Macena (voz, pandeiro e baixo), Railton Sarmento (voz, pífanos e flauta transversal). O grupo já tem público cativo em seu estado e agora tenta conquistar espaços Brasil afora.

FLICTS FALA A CRIANÇAS SOBRE AMOR-PRÓPRIO E PRECONCEITO

A criançada não pode perder a apresentação do teatro infantil Flicts, adaptação da obra homônima de Ziraldo. Realizada pela MR Produções, a peça conta a singela história de uma cor que não existe no arco-íris e desenvolve os preciosos temas da diferença, da auto-aceitação, do amor-próprio e da necessidade de viver sem preconceitos. As exibições serão no Teatro Municipal, às 18h30min e 21 horas, no dia 14, segunda-feira. A adaptação do texto é de Enéas Lour e Edson Bueno; e a direção, de Edson Bueno. Elenco: Fabiula Nascimento, Anderson Faganello, Elder Datry, Eberson Galiotto, Thiago Luz, Lílian Marchiori, Caike Luna e Anderson Gercker. Composição e direção musical de Rosy Greca, coreografia de Inês Drumond, iluminação de Rodrigo Ziolkowski e sonoplastia de César Sarti.

 
MATÉRIAS ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 04 - 26/06/2003

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CULTURA É BÁSICO

José Márcio Barros é Mestre em Antropologia pela UNICAMP/SP e Doutor em Comunicação e Cultura pela ECO-UFRJ/RJ; professor da PUC/MG e da Escola Guignard/UEMG; além de diretor da 'OUTRO' Consultoria e Projetos, com clientes como Circuito Cultural Banco do Brasil; Circuito Cultural Telemig Celular; e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Durante o Festival de Inverno, ele ministrará a oficina Cultura, Cidadania e Desenvolvimento, e coordenará a mesa-redonda A Cultura e as Novas Conjunturas de 2003, da qual participarão Vera Mussi, secretária estadual de Cultura, Alberto Melo Viana, secretário de cultura do município de Antonina; e Paulo Chiesa, coordenador de cultura da UFPR. Na entrevista a seguir, José Márcio Barros expõe, entre outros temas, a situação da arte e da cultura no atual cenário brasileiro e a importância de compreendê-las como provedoras de desenvolvimento ao país.

 

CULTURA É BÁSICO
Últimas - Quais os principais objetivos da mesa redonda "A Cultura e as Novas Conjunturas de 2003"?
José Márcio Barros - O principal objetivo é atualizar a discussão sobre o papel e a importância da cultura na atualidade do país, especialmente a partir das mudanças ocorridas após as eleições e o início das novas administrações federal e estadual. Sua realização em meio à programação de um festival do porte e da qualidade do Festival de Inverno da UFPR e que tem como temática a Cultura e a Paz pretende oferecer aos participantes a oportunidade de refletirem sobre a arte enquanto elemento central das políticas públicas e das ações de construção da cidadania. A idéia é que os participantes do debate possam apresentar as linhas gerais da política pública de governo para a cultura, ressaltando os desafios, as experiências já em andamento, e as possibilidades de integração, parceria e trabalhos em rede.

Últimas - Poderia comentar sobre as novas conjunturas e contextualizá-las no cenário cultural brasileiro?
JMB - Mais que reconhecer a importância da cultura no desenvolvimento da sociedade brasileira, a questão que me parece central hoje é a de corrigir equívocos e consolidar experiências irrefutáveis. Os recentes debates sobre os critérios de distribuição das verbas das estatais para a cultura evidenciaram a necessidade de se construir um modelo mais transparente e participativo de ação pública da cultura, de forma a minimizar o domínio da lógica de mercado e gerar um desenvolvimento mais equitativo e equilibrado tanto geograficamente quanto entre as diversas áreas e campos artísticos.

Últimas - Sobre a oficina "Cultura, Cidadania e Desenvolvimento", poderia comentar um pouco sobre o papel da cultura e da Arte na geração de bens e riqueza coletiva?
JMB - A compreensão da arte e da cultura como provedoras de desenvolvimento, deve ser procurada muita além da perspectiva da indústria do entretenimento e do lazer. Para tanto, o desenvolvimento promovido pela cultura deve abarcar tanto a dimensão política e social quanto propriamente econômica. Desenvolvimento regional através da arte e da cultura deve representar a possibilidade de reinvenção do espaço público, da cidadania e da cadeia produtiva das artes e da cultura. É preciso enfrentar a contradição de que tanta riqueza cultural nas diversas regiões do Brasil, não configure uma alternativa de riqueza material e de cidadania para seu povo.

Últimas - Quais serão os temas abordados pela oficina?
JMB -
Serão abordados "Um Conceito Inclusivo de Cultura", "Cultura e Mundo Contemporâneo", "Cultura e Desenvolvimento", "Política Cultural", "Projetos Culturais - Mitos e Realidades".

CARTUM, A ARTE DO HUMOR


Cartum, charge, tirinhas em quadrinhos. A linguagem usada nestes trabalhos gráficos fascina quem aprecia o humor. Usados para elogiar, criticar, apontar às vezes verdades óbvias escondidas nos comportamentos mais usuais, os cartuns serão o tema de duas oficinas neste Festival, uma destinada a maiores de 15 anos e outra para crianças de 11 a 14 anos. Os ministrantes, Nilson Sampaio e Bibiana Schneider, falam mais sobre o assunto:

Últimas - Como nasceu a idéia da Oficina de Cartum?
Nilson Sampaio - A idéia surgiu de forma bem engraçada! Na procura de documentos, teses, livros que falassem mais sobre a técnica do Cartum, e na falta destes materiais, pensamos (eu e a Bibiana) por que nós não fazemos nossa própria Oficina de Cartum? Dito e feito! O primeiro passo seria descobrir o que uma pessoa que gosta de Cartum ia querer achar nesta oficina, e aí por diante! Não temos pretensão alguma de formar um grande mestre, e sim preparar alguém para ver o Cartum como ele merece ser visto, de forma simples e objetiva.

Últimas - Quem pode participar?
Sampaio e Bibiana -
Todo mundo que aprecie o cartum! Basta um corpo e uma vontade!!

Últimas - De que forma a oficina poderá ser aproveitada pelos participantes?
Sampaio -
Aí dependerá de cada um. Se eu der um fusca de presente para alguém, como essa pessoa vai usá-lo ? Uns poderão fazer um bugue deste fusca, outros, deixá-lo maravilhoso!! Vai de cada um, mas eu acredito que se no final da oficina os participantes começarem a ver e entender o Cartum, já será uma vitória. Aprender a ver as coisas com um toque de ousadia e humor. Saber o que quer dizer Cartum, que é algo palpável e bem próximo de todos nós. Resumindo tudo isso, a pessoa terá (pelo menos queremos que tenha) percepção mais apurada dos fatos.

Últimas - Que tipo de cartuns serão trabalhados?
Bibiana -
Basicamente, o Cartum na sua linguagem crua, desde o que é até suas variantes, como charge, tiras de quadrinhos. Também trabalharemos a função da cor como elemento de linguagem, com um embasamento teórico.

Últimas - Quais são as suas inspirações?
Sampaio -
É meio difícil de responder, mas quando você vive e respira Cartum um simples tropeção de alguém na rua te dá inspiração! Ficar sentado na Rua XV (centro de Curitiba) observando as pessoas é muito estimulante.
Bibiana - É observando como as crianças lidam com o mundo real delas. Muita leitura de gibi, livros, televisão.

Últimas - Quem vocês destacam entre os cartunistas brasileiros?
Sampaio -
Gosto dos Irmãos Caruso, Ziraldo, Laerte, Angeli, Sampaio, Paixão e tantos mais!
Bibiana - Ziraldo, Marco Aurélio (do Zero Hora), Gonzáles...

Últimas - Qual a função do cartum?
Sampaio -
Ao meu ver a função do Cartum é mais ou menos como a da tirinha de jornal, simplesmente faz você pensar, faz rir. No meu ponto de vista, cartunista que num Cartum ou numa tira "quer ensinar o mundo" está condenado a ser o maior chato! Tem que saber mandar o recado, denunciar, criticar, elogiar, sem ser piegas nem fútil e isso só se aprende com o tempo.

QUEM SÃO OS MINISTRANTES

Nilson Sampaio é artista plástico e graduando da EMBAP/PR. Já realizou trabalhos de capa em várias publicações, como a revista MAD, a Agenda Arte 2003. Publicou tiras de quadrinhos em diversos jornais de Curitiba, como Gazeta do Povo, O Estado do Paraná e Primeira Hora.
Bibiana Schneider é formanda do Curso Superior de Gravura da EMBAP/PR. Participou de exposições, entre elas a I Mostra de Fotografia Mitos, e atualmente pesquisa sobre quadrinhos e arte seqüencial.
MATÉRIAS ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 03 - 20/06/2003

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As inscrições para o 13º Festival de Inverno da UFPR abrem no dia 16 de junho e vão até 4 de julho de 2003, das 9h às 18h. Os interessados podem se habilitar aos cursos e oficinas em Curitiba, na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR - Coordenadoria de Cultura (Travessa Alfredo Bufrem, 140 - 3º andar), fone 41- 3310-2684. Em Antonina, basta dirigir-se ao Teatro Municipal (R. Carlos Gomes da Costa, s/nº, fone 41-432-4134. Das 985 vagas para adultos, 190 são isentas de taxa para professores, membros das APAES, de museus e da Orquestra Filarmônica Antoninense.

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TOM ZÉ NA ABERTURA

O cantor e compositor Tom Zé fará o show de abertura, no dia 12, às 22 horas, no palco principal. Mas não fica só nisso: a abertura terá também outras atrações durante todo o dia, como circo, a peça infantil Guayrá - Um Grito pela Paz, e ainda um espetáculo reunindo os grupos artísticos da UFPR em homenagem aos 90 anos da instituição. Não é à toa que o Festival de Inverno da UFPR é um dos maiores e mais importantes projetos de extensão universitária realizados no Brasil.
OBESIDADE: PREVENÇÃO É A MELHOR ARMA

Entre uma atividade e outra do festival, uma boa pedida é dar uma passada na tenda da saúde, montada pelo pessoal do curso de Nutrição, e realizar uma avaliação da sua forma física. Uma equipe de alunos e professores estará orientando e sensibilizando as pessoas sobre os riscos da obesidade e como preveni-los. A avaliação levará em conta o peso e as medidas das pessoas, com o objetivo de apontar os fatores de risco de cada caso. Serão fornecidos guias alimentares e orientação sobre mudança de estilo de vida e a importância das atividades físicas, entre outros fatores. Segundo a professora Maria Emília Daudd von der Heyde, existe grande preocupação por parte dos nutricionistas com o problema da obesidade. "A obesidade é uma porta de entrada para uma série de doenças graves, e sua incidência cresce em ritmo acelerado no país, atingindo todas as faixas etárias e econômicas da população", explica. Ela comenta que o acesso a alimentos gordurosos e com grande quantidade de açúcar é cada vez mais fácil e barato. "Ao mesmo tempo, o ritmo de vida das pessoas suprime a atividade física da rotina - com as facilidades proporcionadas pelo avanço da tecnologia, executa-se qualquer tarefa, tanto profissional quanto doméstica, com um gasto mínimo de energia física", conclui Maria Emília.

 
OFICINOVAS

EM ALTO E BOM SOM

A oficina de Áudio Básico traz para o Festival de Inverno o universo do som. O músico e produtor Ulisses Galetto se propõe a iniciar e ampliar os conhecimentos dos participantes sobre equipamentos e procedimentos criativos relacionados ao mundo do áudio e da produção sonora. Segundo Ulisses, para participar, só é preciso ter gosto pela parte técnica que envolve a música, mas o ideal é que os alunos sejam músicos ou profissionais de áudio em busca de mais conhecimento técnico a respeito de seus equipamentos ou de estúdios. "Já tive alunos que não sabiam nada de equipamentos, mas eram músicos e não conseguiam se comunicar com fluência com os técnicos. Para essas pessoas, o curso vai como uma luva", diz ele. Serão abordados operação de som ao vivo e gravações de estúdio, noções de acústica, freqüências, microfones, periféricos, atributos do som, consoles, cabos, sistema digital e analógico, entre outros assuntos. O produtor acredita que os temas tratados na oficina serão úteis para o profissional de áudio ou música no sentido de ampliar os conhecimentos necessários para seu aperfeiçoamento, que deve ser constante. "Por exemplo, para um guitarrista que cansa de pedir para um técnico de som dar aquele timbre à sua guitarra e não sabe como falar em freqüências ou regiões de atuação de seu instrumento, o curso poderá ser muito útil", explica Ulisses. São ofertadas 30 vagas para a oficina e o horário das aulas será das 14 às 18 horas, na Escola Brasílio Machado.
MINISTRANTE
Ulisses Galetto (PR) é músico, produtor, compositor, arranjador, historiador e integrante do grupo Fato deste 1994. Produziu quatro CDs, seis shows e um videoclipe. Desde 1997, produz em parceria com Grace Torres o programa "Fora do Eixo: A música sem contrato", veiculado pela Rádio Educativa FM. Ministrou o curso de Noções Básicas de Áudio no Conservatório de MPB de Curitiba de 1999 a 2001. Foi um dos curadores do Projeto Rumos Musicais, do Instituto Itaú/2000-2001. Tem ainda no currículo várias composições para trilhas sonoras de espetáculos teatrais. Contatos: ulissesgaletto@fato.org.

TOM ZÉ CONTA TUDO

cantor e compositor Tom Zé, que fará o show de abertura do 13º Festival de Inverno da UFPR, concede entrevista exclusiva ao ÚLTIMAS e mostra que é um artista múltiplo e único ao mesmo tempo. É um veterano da criação com espírito adolescente, que busca aprender algo novo por onde passa. Tom Zé nasceu em 1936 em Irará, no interior da Bahia. Nos anos 60, estudou na avançada Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, onde teve como professores Hans Joachin Koellreutter e Ernst Widmer. Em São Paulo, concorreu em festivais de música e integrou o grupo baiano tropicalista. Em 1968, venceu o Festival de Música Brasileira da TV Record, com a canção "São São Paulo". No mesmo ano, gravou com Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa, Nara Leão e os Mutantes o disco coletivo do movimento tropicalista, "Tropicália ou Panis et Circensis", e lançou seu primeiro álbum, "Tom Zé". Nos anos 70, gravou cinco novos discos - "Tom Zé" (70); "Tom Zé (72); "Todos os Olhos" (73); "Estudando o Samba" (76) e "Correio da Estação do Brás" (78). O show deste último ficou marcado pela apresentação dos instrumentos experimentais que o artista passou a construir. A esta altura Tom Zé já vivia numa fase de ostracismo, que duraria cerca de quinze anos. Sua música, elaborada e invulgar, não encontrava lugar no mercado. Na década de 80, ele lançou apenas um álbum: "Nave Maria" (86). Descoberto pelo cantor e compositor de vanguarda norte-americano David Byrne, Tom Zé viu sua carreira tomar outro rumo a partir de 1990. No mesmo ano, Byrne lançou uma compilação de músicas do baiano ("The Best of Tom Zé") nos Estados Unidos. O disco foi muito bem recebido pela imprensa americana, a começar pelo "The New York Times". Nos anos 90, Tom Zé fez uma série de turnês nos Estados Unidos e na Europa. Essa época foi marcada pela retomada de carreira no contexto brasileiro, onde passou a ser consumido pelas novas gerações. Gravou "The Hips of Tradition" (91), e "Defeito de Fabricação" (98). No ano passado, a revista norte-americana "Rolling Stone" classificou o CD "The Best of Tom Zé" um dos dez discos da década.

TOM ZÉ CONTA TUDO
Últimas - Qual o seu último trabalho?
Tom Zé - Meu trabalho mais recente é "Santagustin", trilha sonora que compus com Gilberto Assis para o Grupo Corpo. O ponto de partida, o pensamento ou pontapé inicial foi uma forma musical brasileira, o chorinho, e o trabalho impressionante de músicos como Heraldo do Monte, a família Carrasqueira, Pixinguinha.

Últimas - Você já se apresentou no Paraná?
TZ - Já, sim. Recentemente cantei com a banda em Curitiba, para um público numeroso e bem vivo.

Últimas - Você sente alguma diferença quando toca no Sul do País?

TZ - O público sulista é caloroso, um público de "audição", audiência. É um público ouvinte. Percebe as letras, e vai ao encontro de uma preocupação minha, que é entregar os versos para que as pessoas interajam com a música e o texto.

Últimas - Qual será o repertório para o show de abertura do 13º Festival de Inverno? Está preparando algo especial para este evento?
TZ -
Sempre é absolutamente necessário haver alguma coisa especial, porque cada dia é um dia diferente e se eu não estiver em contato com essa diferença não é Tom Zé que está indo. É algum clone.

Últimas - O Festival de Inverno da UFPR é um programa de extensão universitária. Qual a sua expectativa para este show?
TZ -
Aprender. Toda a geração tem uma espécie de combustão interna que transparece no gesto coletivo, no olhar e na temperatura emocional que se estabelece na casa ou na universidade onde ela está. Essa riqueza se desvela em todos os terminais, contamina com seu vírus o ambiente, o aperto de mão, e a coisa que é selecionada para manifestar reação. Minha prática, meu treinamento, e as ferramentas que eu desenvolvi através da vida atuam como antenas captadoras dessas energias. Por isso até hoje eu canto todos os anos para os calouros e por isso cada ano, na pesquisa da gravadora, abaixa a idade dos que procuram de meus discos.

Últimas - Depois de Antonina, onde você irá se apresentar?
TZ -
Depois de Antonina, eu e a banda vamos para Minas Gerais, e a seguir para o interior de São Paulo. O circo não pode criar limo.
MATÉRIAS ENVIADAS NO BOLETIM
Nº 02 - 13/06/2003

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O FESTIVAL DE INVERNO E A LEI ROUANET

Como todo evento de grande porte, o Festival de Inverno da UFPR acarreta considerável demanda de recursos - na ordem de R$ 400.000,00 - para poder se realizar. "Como se trata de um acontecimento de grande visibilidade, não é raro que apareçam questionamentos sobre a priorização de aplicação de recursos captados para o Festival, frente às dificuldades vivenciadas pela universidade em várias áreas, como laboratórios, bibliotecas, equipamentos para diversos cursos, etc.", observa a pró-reitora de Extensão e Cultura, Prof.ª Dra.ª Sandra Regina Kirchner Guimarães. Na verdade, o Festival de Inverno não utiliza recursos da universidade, mas capta-os através da Lei Rouanet, que isenta os patrocinadores de cultura de uma parte do imposto de renda. "A questão mais importante a esclarecer é que o patrocínio através da Lei Rouanet só acontece para projetos de natureza cultural, que é atualmente a principal característica do festival", ressalta a pró-reitora. Dessa forma, áreas da UFPR que não se encaixam no perfil exigido para a aprovação segundo a lei de incentivo fiscal não poderiam receber recursos captados dessa forma. "O dinheiro investido no Festival vem de fontes externas à universidade, e só pode ser utilizado no próprio Festival por força da Lei", enfatiza. Por outro lado, a pró-reitora esclarece que com a realização do Festival se criam oportunidades de desenvolvimento de ações de extensão para outras áreas do conhecimento. COMO FUNCIONA - A Lei Rouanet (nº 8313/91) institui o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, com a finalidade de captar e canalizar recursos para área cultural. De acordo com ela, uma empresa pode abater 4% do seu Imposto de Renda e destiná-lo a projetos de cultura. Esse projetos são previamente aprovados pelo MinC (Ministério da Cultura), caso se encaixem nas exigências da lei, e a partir da aprovação o proponente do projeto pode captar os recursos junto a potenciais patrocinadores.

EXTENSÃO JÁ!

Um dos principais objetivos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura é retomar o processo de ações permanentes ligadas ao Festival de Inverno da UFPR. Em outras palavras, recuperar o caráter contínuo de atuação junto ao município de Antonina. "O Festival é um programa de extensão que tem sua maior visibilidade no próprio evento, mas que objetiva o desenvolvimento de ações permanentes. Tais ações, ao longo desses doze anos, sofreram um encurtamento em razão da carência de recursos disponíveis", constata Prof.ª Dra.ª Sandra Regina Kirchner Guimarães. Para o 13o Festival, a meta inicial é realizar 70% de ações de arte/cultura e 30% de atividades permanentes junto à comunidade de Antonina. A manutenção das atividades permanentes depende do esforço conjunto entre a Universidade e o Município, numa efetiva parceria. Segundo a pró-reitora, tendo as condições necessárias ao desenvolvimento dos projetos de extensão em Antonina, cabe à Coordenadoria de Extensão mobilizar os departamentos que tenham interesse em desenvolver projetos de extensão multidisciplinares voltados à comunidade. Dessa forma, pode-se efetivamente contribuir para o desenvolvimento da região.

REUNIÃO DO COMITÊ ASSESSOR DE EXTENSÃO (CAEX) DA UFPR E FÓRUM DE COORDENADORES DE GRADUAÇÃO DA UFPR

Uma importante iniciativa direcionada a sensibilizar os departamentos em relação ao desenvolvimento de atividades de pesquisa e extensão ligadas ao Festival é a realização da reunião do Comitê Assessor de Extensão e do Fórum de Coordenadores de Graduação da UFPR durante o evento, no dia 18 de julho. Tais reuniões tem o objetivo de possibilitar aos coordenadores de cursos e aos representantes dos Comitês Setoriais de Extensão, que integram o CAEX, presenciar as ações do Festival e incentivá-los a divulgar essas ações nos seus setores e departamentos.
"Pretendemos provocar a interação entre os diversos projetos de extensão e, na medida do possível, focar suas ações para Antonina", explica a coordenadora de oficinas do 13º Festival de Inverno e coordenadora do curso de Educação Artística, Tânia Bloomfield. Ela constata que muitos coordenadores, apesar de já terem ouvido falar do festival, nunca o freqüentaram.
A cidade de Antonina demanda projetos de todas as áreas do conhecimento. Por outro lado, sua riqueza cultural e humana deverá motivar professores e alunos no engajamento em prol da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, do desenvolvimento sustentável, da otimização do potencial turístico, da recuperação e manutenção do patrimônio cultural. "Quem já participou do festival, não o esquece", comenta Tânia Bloomfield. Há tempos, a Universidade se movimenta no sentido de concentrar suas ações de extensão no litoral do Estado. Antonina recebe atenção especial há pelo menos 13 anos, com a realização do Festival, que se configura como um dos maiores, senão o maior, programa de extensão da UFPR.
Assim, uma das metas da PROEC, por meio de suas coordenadorias de cultura e extensão, é utilizar o evento como uma vitrine do que é potencialmente possível fazer a partir da parceria entre universidade e prefeitura. "Dessa forma, quanto mais professores e alunos forem envolvidos, maior será o campo de ação da UFPR e a sua possibilidade de promover mudanças sociais e estruturais naquela região, de acordo com as demandas da população local", analisa Tânia.

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NOTÍCIAS SOBRE O 13º FESTIVAL DE INVERNO DA UFPR

O 13º Festival de Inverno da UFPR ocorrerá entre 12 e 19 de Julho de 2003 na cidade litorânea de Antonina. Este Festival, cuja temática é 'Cultura e a Paz', ocorre num momento delicado de nossas vidas. Quando milhares de artefatos mortíferos são ativados e lançados sobre seres humanos, seu ambiente e culturas. Nada justifica essa perspectiva, senão a intolerância e a soberba, daqueles que se julgam donos da verdade e do mundo. Mais do que nunca, é preciso reafirmar e disseminar nosso repúdio à violência, principalmente à guerra. O próximo Festival de Inverno se realizará nesse clima de apreensão e incerteza quanto ao futuro.

A Coordenadoria de Cultura, órgão ligado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da UFPR, convida a todos para efetivamente participar do 13º Festival de Inverno da UFPR, transformando-o num fórum de debates e atividades que reflitam sobre o papel da arte e da cultura, na construção de um mundo mais justo e fraterno. A própria imagem institucional escolhida para o Cartaz Oficial do evento, reflete esse interesse. Ela foi desenhada sobre a obra 'GUERNICA' de Pablo Picasso pela equipe da UNIGRAF/PROEC.

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Cartaz do 13º Festival de Inverno

E, ao divulgar a imagem do próximo Festival, cabe informar que, uma vez analisados os 76 trabalhos inscritos no Concurso para a Marca Institucional do Cartaz do 13º Festival de Inverno da UFPR a Comissão Julgadora decidiu não escolher nenhuma das propostas apresentadas. No seu parecer final a Comissão Julgadora entendeu que os trabalhos inscritos no concurso não se referiram de modo simples, direto e compreensível à temática do 13º Festival de Inverno - Cultura e Paz.

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O 13º Festival de Inverno da UFPR na Internet

Nessa edição você está conhecendo a nova página da Internet do 13º Festival, cuja concepção e projeto é do Chefe da UNIGRAF/PROEC designer Wilson M. Voitena e Anelise Andraus Rodrigues, estagiária e estudante do Curso de Desing/UFPR. Participe e divulgue as informações veiculadas através dela; mantenha-se informado e faça suas sugestões. Principalmente, contribua para tornar o site um canal de comunicação entre a comunidade e o próprio Festival.

Conforme avance o trabalho de organização das atividades do 13º Festival de Inverno da UFPR, divulgaremos a programação de oficinas, cursos e espetáculos. No site também serão veiculadas entrevistas e reportagens com os ministrantes, artistas e autoridades envolvidos no evento. Ele também incluirá informações úteis relativas à cidade, a sua infra-estrutura de turismo e a questões operacionais de interesse dos participantes, tais como: datas e prazos de inscrição; transporte; hospedagem; alimentação; serviços; etc. A Coordenação do Festival agradece qualquer opinião ou sugestão que contribua à organização desse Festival. Boa viagem!

Paulo Chiesa xxg
Coordenador de Cultura PROEC/UFPR
chiesa@ufpr.br

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